quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Alimentos SA


blip.tv










Assista ao documentário Food, INC. (Alimentos S.A.) de Robert Kenner e saiba o que está por trás dos alimentos que consumimos diariamente.

A película revela-nos que um pequeno grupo de grandes empresas passou a dominar toda a produção de alimentos, lançando mão, para alcançar tal objetivo, de uma tecnologia industrial responsável por flagelos como a obesidade, o diabetes, a criação descontrolada de novas cepas de bactérias letais e a degradação ambiental.

Você constatará que, hoje, o conhecimento científico, produto do descomunal esforço de todas as gerações humanas, não desempenha senão o papel de servo dos interesses da grande indústria.

domingo, 13 de novembro de 2011


Salada de Arroz Integral
                                                                                                                            Cornellia Aihara




Ingredientes:
3 copos de arroz integral cozido
2 talos de aipo cortados em diagonais finas (hasugiri: haru significa diagonal e giri significa corte)
½ alface cortada em tirinhas (sengiri: sen significa fio)
2 pepinos cortados em rodelas finas (koguchigiri: ko significa pequeno e guchi significa borda)
1 tomate (opcional)

Molho de Umeboshi:
2 ameixas salgadas
1 colher de sopa de folhas de shiso* finamente cortadas
1 colher de sopa de óleo
1 cebola cortada em pedacinhos
½ colher de chá de casca de laranja ralada

Modo de fazer:
Corte os vegetais conforme a indicação acima.
Remova o caroço das ameixas salgadas e, utilizando um suribachi**, moa-as juntamente com as folhas de shiso. Adicione o óleo, torne a moer os ingredientes e adicione a cebola. Deixe descansar por 20 minutos.
Acrescente a casca de laranja ralada e os vegetais ao molho. Misture bem e junte o arroz.
Se o arroz estiver muito seco, borrife um pouco de água sobre ele antes de misturá-lo aos vegetais.

*Shiso é o vegetal que dá o tom avermelhado às ameixas japonesas salgadas.
**Suribachi é um recipiente de cerâmica estriado internamente. Com o auxílio de um pequeno socador de madeira, é usado para moer alimentos.

            
              


“Deixar-se contaminar pelo progresso externo, paralisando o processo interno de evolução constante, é desrespeitar-se.”
Tomio Kikuchi


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

HIROSHI SEÓ E A ECOVILA CLAREANDO




Hiroshi Seó e a Ecovila Clareando



Hiroshi Seó, com sua obra Unidade da Vida: Manual de Agricultura Natural, fez que muitos abandonassem a rotina artificial das cidades e adotassem um estilo de vida mais autêntico e próximo à Natureza. Entre os vários assuntos abordados na obra  ‒ restauração dos solos, pragas e doenças de plantas, alimentação ecológica e integral, tecnologias alternativas ‒, a fermentação de alimentos era o meu preferido. Hiroshi, aguçando ainda mais meu interesse, prometia um novo livro no qual apresentaria com mais detalhes a tecnologia das fermentações naturais. Já lhe dera até um nome: A Harmonia com os Micro-Organismos.

Em vão esperei o tão ansiado livro. Do próprio Hiroshi não tivera mais notícias. Talvez, pensei com meus botões, nem se encontrasse mais no país, dada sua alma genuinamente buscadora.

Minha hipótese, contudo, não correspondia à realidade. Hiroshi estava mais perto do que eu pensava e, o que é mais importante, pondo em prática aquilo que aprendera.

Na Ecovila Clareando, entre Piracaia e Joanópolis, a uma hora e meia da capital paulista, vemo-lo às voltas com a produção de tijolos de adobe, com a preservação de sementes naturais, com a plantação de bambu japonês, com o sistema lavoisier de esgoto.

Vemo-lo ainda envolvido com a plantação de feijão-guando. Esta espécie de feijão produz duas vezes por ano, durante cinco anos. Quando verde, é preparado tal qual a ervilha; quando seco, tal qual a lentilha. As folhas do arbusto servem de alimento para cabritos e galinhas; as flores são a delícia das abelhas. Quando morre, as raízes já atingiram três metros de profundidade, adubando a terra e perfurando o solo para a água da chuva penetrar; e o tronco, para saciar a fome das lareiras e dos fogões, logo se transforma em lenha. Como bem observa Hiroshi, trata-se de uma planta que não conhece limites para suas doações.

Quão diferentes de um pé de feijão-guando somos nós, humanos! Vivemos em média quinze vezes mais; mas que frutos produzimos durante a existência, que legado deixamos após a morte?

Mas ainda é tempo de emendarmo-nos. Peçamos ao pé de feijão-guando, mui humildemente, que nos aceite como discípulos.


A BARAFUNDA YIN -YANG


A Barafunda Yin-Yang
                                                                  Carl Ferré


“Quando adotei a macrobiótica em 1975, manifestei predileção pelo trigo sarraceno. Alguém comentou que se tratava de um grão extremamente yang. Mas eu o ingeria todos os dias. Ele não era, absolutamente, muito yang para mim. Anos depois, Jacques de Langre confidenciou-me que o considerava extremamente yin, já que pertencia de fato à família de uma fruta, o ruibarbo.

“Opiniões divergentes como as anteriores ajudam a barafundear ainda mais os conceitos de yin e yang. Há quantidades diferentes de yin e yang em cada alimento, em cada órgão, em cada pessoa, em cada coisa, enfim. Alguns aspectos do trigo sarraceno são yang (pequenez, rijeza); outros são yin (pertencer à família do ruibarbo). O trigo sarraceno é considerado “yang” pelos que privilegiam seus aspectos yang, e “yin” pelos que privilegiam seus aspectos yin. Pode-se dizer o mesmo sobre os tomates, o sal, o açúcar e qualquer outro alimento.”


Três Mil Renascimentos



Três Mil Renascimentos
                                                                                                          Dick Smith





Sempre segui à risca os princípios macrobióticos. Mas Ohsawa, assim que me alcançava com os olhos, censurava-me: “Muito mau!” Com relação à minha esposa, porém, tudo era diferente. Mal ela chegava com um sorriso largo, abraçando-o e beijando-o, ele, perscrutando-lhe as mãos e os olhos, elogiava-a: “Muito bom!”. Não podia eu compreender este comportamento do sensei, pois sabia que minha esposa não era muito fiel à dieta.
           
Um dia, enchi-me de coragem e perguntei a Ohsawa o porquê de tratamentos tão distintos. Ele respondeu-me: “Ela é muito alegre e extrovertida; e isso é muito bom, independente do que ela coma. Pessoas muito sérias e severas em breve fracassarão, e de fato já fracassaram, se não se regozijam com a vida cada dia mais.”
           
Por ocasião de um seu aniversário, Ohsawa enviou-nos da Itália um cartão em que dizia: “Nasço e renasço três mil vezes a cada dia, pois, para mim, cada respiração é como se fosse um novo nascimento.”
           
Um dia, alguém comentou: “Esta vida não é importante, porque, quando morremos, atingimos planos mais elevados.” Ohsawa, ouvindo o comentário, ponderou: “A você é dado apenas um único corpo – cuide muito bem dele e usufrua cada momento de sua vida. Seja grato por cada respiração. Só assim você experimentará a verdadeira felicidade.”